Através da Revolução iniciada no período Neolítico verificou-se um avanço nas técnicas de fermentação, o que contribuiu para um aumento da produção de matérias-primas, como a cevada e a fruta, fomentando, deste modo, a origem e fabrico da cerveja. O povo egípcio, tal como o grego e romano desenvolveram a arte de produção de bebidas alcoólicas. Os egípcios possuíam destilarias onde praticavam o culto a Osíris como forma de agradecimento pela dádiva da cevada. Os gregos viravam este culto para Dionísio e ofereciam bebidas alcoólicas aos soldados e aos deuses, com o objectivo de facilitar as relações interpessoais. Os romanos agradeciam a Baco a criação do “vinho divino” e contribuíram para a sua divulgação e distribuição por toda a Europa. Com a ampliação do conhecimento, os árabes iniciaram a produção de bebidas alcoólicas por destilação o que, em termos práticos, se traduz na origem de bebidas com maior teor alcoólico.
Durante a Idade Média, o álcool, intrinsecamente associado à saúde e bem-estar, foi classificado como aqua vitae, sendo utilizado para fins terapêuticos.
No século XIX, com a Revolução Industrial, as bebidas obtidas por destilação adquirem uma maior popularidade e expansão e, consequentemente, verifica-se um aumento do seu consumo e problemas adjacentes. É neste contexto que surgem as primeiras leis e as primeiras campanhas de prevenção relativas ao consumo de álcool.
Embora os efeitos do álcool sejam conhecidos desde a Antiguidade, os fenómenos de alcoolismo eram praticamente ignorados. O conceito de alcoolismo interpretado como doença, e não apenas como vício, começa a ser desenvolvido na segunda metade do século XIX. A França foi o país pioneiro a encarar o consumo excessivo de álcool como uma preocupação perante a qual era urgente a adopção de medidas. Precedeu-se então a uma análise mais científica dos problemas associados ao consumo excessivo de álcool, tendo por base o progresso no conhecimento da fisiologia e das células nervosas, os efeitos do álcool sobre o sistema nervoso, bem como o perigo que o álcool representa para a saúde. O início da abordagem médica à doença alcoólica e patologias associadas foi da autoria de Thomas Sutton, que valorizou pela primeira vez os hábitos alcoólicos excessivos e continuados. Na segunda metade do séc. XIX, a concepção de alcoolismo foi ganhando outro significado, passando a ser entendida como alcoolismo crónico. Este novo conceito de alcoolismo crónico foi utilizado pela primeira vez em 1849 por Magnus Huss, médico sueco, que utilizou este termo para classificar um conjunto de manifestações patológicas do sistema nervoso, tanto psíquicas como motoro-sensoriais.